Festival de SwáSthya Yôga de Buenos Aires 2008
Segundo o Mestre DeRose “egrégora designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as empresas, clubes, religiões, famílias, partidos etc”.
Um exemplo muito simples de egrégora é, quando se convive com pessoas que acordam cedo, fazem esporte, observam uma alimentação saudável, por inércia também se adquiri esses hábitos. Quando se está em meio a pessoas que estão acostumados a acordar tarde, sair toda a noite, beber, a inércia de acompanhá-los também acontece. Essa inércia é na verdade a força da egrégora, capaz de influenciar fortemente as decisões e atitudes que tomamos.
Se não conhecermos este fenômeno, as egrégoras vão sendo criadas a esmo e seus criadores tornam-se escravos dela, já que são induzidos a pensar e agir de acordo com as características da criação dessa entidade gregária. O contrário acontece se tornarmos esse processo consciente, reconhecendo sua existência e as leis naturais que as regem, utilizando essa força colossal a nosso favor.
Fazendo parte de um grupo que possui ou está em busca das mesmas realizações que você, a força gregária torna-se positiva, já que ela te ajudará a remar pela correnteza em direção ao caminho que você escolheu. Mas, muitas vezes participamos de grupos que aparentemente nos fazem bem, só que na verdade estão nos puxando na direção contrária da que almejamos. Nesse caso, é necessário muita determinação e cuidado para conseguir se desvincular dessa força gregária. A única maneira de vencer sua influência é não se opor frontalmente a ela, já que uma pessoa por mais forte que seja, permanece uma só, e a egrégora acumula a energia de várias, incluindo dessa pessoa.
Ainda mais importante é perceber a incompatibilidade de egrégoras, ao contrário do que muita gente acha “as egrégoras semelhantes são incompatíveis na razão direta da sua semelhança, as diferentes são compatíveis na razão direta da sua dessemelhança”.
Todos nós estamos sujeitos a conviver com a influência de diversas egrégoras, para uma vida harmoniosa é necessário ter em nosso espaço vital apenas aquelas que são compatíveis. “Se estiverem em dessintonia umas com as outras, geram um campo de força de repulsão e se você está no seu comprimento de onda, ao repelirem-se mutuamente, elas rasgam-no ao meio, energeticamente”. A conseqüência dessa ruptura energética varia de nível, inicialmente com sintomas de ansiedade, depressão, nervosismo, agitação, insatisfação. Num próximo degrau pode gerar problemas na vida particular, familiar, profissional, afetiva. E ainda num nível mais acentuado os problemas começam a surgir em forma de neuroses, fobias, paranóias, até que as energias entram em colapso e surgem evidências concretas em forma de enfermidades físicas, a mais comum: o câncer.
Uma forma simples de observar isso é imaginando uma pessoa que faz parte de uma egrégora de família, uma de religião, outra de profissão, outra de política, uma de clube de futebol, raça etc. Como são diferentes coexistem sem problema algum. Agora imagine se essa pessoa resolve ter duas famílias, seguir cada dia uma religião, ser de direita e esquerda ao mesmo tempo e ainda torcer para mais de um time de futebol. Parece absurdo mas é o que muita gente faz tratando-se de correntes de aperfeiçoamento interior. Essas pessoas acabam misturando diversos tipos de Yôga, com rei-ki, teosofia, macrobiótica, eubiose etc. E não percebem que cada corrente tem um objetivo diferente, um método específico e principalmente trabalham com nossos centros de energia de diferentes maneiras, podendo causar um desnorteamento energético se trabalhados ao mesmo tempo.
Muitas vezes nos sentimos sem motivação ou cansados de ter que “lutar” tanto para viver. Lutar para ganhar dinheiro, para conseguir um companheiro, para ter saúde, disposição etc. A maioria das vezes essa luta exaustiva se dá por nos colocarmos em um rodamoinho sem fim, envolvendo-se com egrégoras que não condizem com nossos objetivos ou que são incompatíveis. Trabalhamos em algo que não gostamos, convivemos com pessoas que não suportamos, deixamos de fazer o que gostaríamos por medo, fazemos coisas que não gostamos para agradar, escolhemos as egrégoras erradas…Quando percebemos o rodamoinho já nos engoliu e sair dele é tão difícil que é mais fácil e cômodo desistir.
Por isso a importância de um trabalho de autoconhecimento, nos auxiliando a agir e escolher as egrégoras de acordo com nossas próprias vontades e ideais ao invés de ficar a mercê da sociedade deixando que ela controle nossa vida e nossa felicidade. E ainda, escolhendo os grupos certos poupamos muita energia, já que, a força gregária desse grupo nos empurra para frente sem que precisemos fazer quase nenhum esforço.
Citações:
Yôga, Mitos e Verdades, Mestre DeRose